As ruas estavam numa festa silenciosa, absoluta. Os jantares, as danças faziam a alegria das pessoas no interior dos restaurantes e nos shows. Os prédios imponentes sempre relembrando aos habitantes da cidade que, tudo estará no mesmo lugar no dia seguinte. A grandiosidade das construções sempre nos dão a impressão de que, as vidas das pessoas continuarão intocadas.

Todos podem dormir em paz, sentindo que nada poderá lhes roubar a serenidade. O desejo da paz parece uma fome com a qual todos nós nascemos. Fome que nunca é satisfeita porque nunca a alcançamos como a esperávamos. Vivemos numa tênue e superficial paz mundial. As relações entre os países parece ser regida por direitos humanos internacionais e igualitários. Idealizamos uma paz mundial onde não ouviremos mais falar de guerras e combates violentos. Infelizmente, esta paz só dura alguns poucos dias e, logo, um vulcão de violência explode e somos informados de morticínios em grande escala, em alguma parte do mundo. Hoje não é incomum que em nome de Deus pessoas sejam mutiladas e mortas para que a divindade seja satisfeita com uma única forma de pensar. Paris é a vítima do terror, enquanto escrevo. O preconceito racial, religioso e de todos os tipos de ideologia continua silencioso dentro do peito de malucos, políticos e líderes religiosos, até que uma explosão traga tudo à tona. Estes conflitos estão dormentes debaixo de uma aparente capa de tolerância. Tolerância que significa que todas as pessoas podem ter a sua própria opinião acerca de qualquer assunto, contanto que, suas opiniões não as levem à loucura e ao desvario de cometerem crimes contra a humanidade. Mas, o que é tolerável e o que é insuportável à sociedade? Parece que as cercas sociais dirão ao mundo o que é que devemos ou não praticar. Existe uma régua social que mede o que é tolerável e o que merece encarceramento ou pena de morte em alguns países. Quando uma tragédia como a que aconteceu em Paris nos últimos dias acontece, as pessoas se perguntam: Onde está Deus? Onde está o amor? Onde está a paz? E estas perguntas surgem porque a capa da tolerância se rasgou em algum lugar e, ficou evidente para todos que, a loucura do assassinato em massa está dormindo dentro de alguém, até a hora de tomar forma. Para onde olhar quando alguém pega uma arma e a dispara contra uma multidão que sorri ao seu redor? Nesta hora somos convidados a contemplar o amor que Deus tem para com todos os seres humanos. Amor que deve estar encarnado em todos os que creem em Seu nome durante todos os dias. Amor que não é aparente tolerância, mas, que se manifesta através de bondade, verdadeira compaixão para com aqueles que são diferentes de nós e, acreditam em coisas diferentes das que nós cremos. Mas, fingir que a crença religiosa de pessoas que envolvem a destruição dos diferentes não nos transformará em pessoas tolerantes. A arma com que o evangelho de Jesus luta contra a intolerância é o amor que compartilha o evangelho da paz como um estilo de vida que aceita transformação na vida de criminosos e assassinos. No momento não estamos lutando contra uma nação religiosa, mas, contra um movimento de diversas partes do mundo para sujeitar os demais à sua religião. A luta que temos que desenvolver individualmente, todos os dias é compartilhar o amor de Deus para cada indivíduo intolerante ou não ao evangelho da paz de Jesus. Este amor se liga a verdade e não aos esconderijos da aparente tolerância, que esconde o ódio e a vingança contra assassinos e crianças inocentes. Deus nos trata com amor ilimitado todos os dias. Este é o lugar para onde precisamos olhar num momento em que não sabemos para onde olhar.

o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 1 Coríntios 13:7

Eli Moreira

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